Há planícies inteiras a desbravar novos montes de terra. Deviam espreitar para dentro delas mesmas e redescobrir novas sementes para poderem germinar novos temas.
Há tantas e novas sementes à espera de serem semeadas.
Assim se apalpam as palavras para que os temas surjam em jeito de tinta fresca a pintar os painéis do futuro. Não se podem abafar as sementes, pois elas germinam em cada polegar, tal como estes meus molestando as teclas de um teclado inactivo.
(Ilusão de óptica, será esta a minha fachada, onde me visto por dentro e me dispo por fora?)
Prontifico-me para lhes semear no ventre todas as novas sementes que caíram enquanto dormia sobre a erva molhada. Sempre que abria os olhos, era um céu virgem que me encantava, e a terra, essa esperava as sementes caídas dos meus olhos. Ilusões que se perdem nos cantos esverdeados que pinto nas paredes do meu quarto, enquanto não durmo. Esta insónia que não me larga, este canteiro de ervas secas a picar-me a pele.
Zangão, digo eu, nesta ilusão de óptica, pronta a furar-me os olhos.
*********************
Dolores Marques
Ler mais:
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=161172#ixzz15Y1DhbF9
Sem comentários:
Enviar um comentário