segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Zero









O capitalismo também se apresenta em lata, e agora, para decepar os resistentes, nasceu a zero, zero calorias. A Coca-Cola conquistou o mundo da escrita, as palavras tombam embriagadas de cafeína. O artista não dorme, devassa a noite em glosas marginais. Contorce-se o papel em mãos geladas. Amanhece. Solta-se o dia, e todas as palavras ensopadas, ensonadas e encravadas organizam-se em música. Começa a Tocata e fuga em ré menor, Johann Sebastian Bach. Saia um expresso rápido por favor, tenho o carro mal estacionado e um pacto de estabilidade para fazer cumprir.

José Luís Lopes



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