Vieira da Silva - 25 de abril
O padeiro do meu bairro, homem honrado pelas mãos que há muitos anos dá forma ao pão que chega à minha casa, lamentava-se que tinha perdido o cravo vermelho que, com carinho, tinha aconchegado à lapela da camisa branca pela manhã.
Estava triste, e a cada interrogação dos seus clientes logo se aprontava a dar uma explicação que não era explicação, principalmente para os mais novos.
Chegou a hora do almoço, e na mesa que sustenta a família, que um dia jurei proteger, estava o pão que o meu padeiro fez neste dia especial de Abril. Abri o pão, do seu interior brotou um cravo vermelho. Fez-se Abril em minha casa, afinal, tenho que continuar a comemorar Abril.
Há pão neste meu Abril, mas não há Abril em todos as casas que um dia acreditaram nos cravos de Abril.
25 de Abril de 2010
Sem comentários:
Enviar um comentário