*
Se me encontrares perdida no topo de uma montanha, vê-a como um refúgio para os males de que padece a minha alma. Diz-lhe que também tu procuras um poiso, toca-a como se tocasses uma nuvem que descansa sobre as margens de um rio e diz-lhe de um mundo que ruiu a seus pés. É quase Outono! Contudo, ainda não sei onde semeei a dor que me traz e me leva ao centro onde mora a minha vontade. Creio que me esqueci de mim, ou que me fui embora numa viagem sem retorno.
Se todas as sementes fossem lançadas na terra e deixadas ao acaso numa sementeira composta debaixo da terra molhada, fariam a grande travessia anexada à vida que se encontra como o restolho nas baixas marés. Quem sabe veria os meus pés criarem raízes, e subiria tão alto como a gigantesca floresta dos Himalaias e ficaria lá para a eternidade. Falaria com todos os ventos e todas as tempestades que meus olhos viram, quando me perdi nas diferenças entre ser o amor, ou ter o amor prostrado aos meus pés. Quem sabe, saberia distinguir como escalar uma montanha e plantar temporais, esperando que algum momento me trouxesse à vida. Avanço na medida exacta do meu pensamento, mas nada me fará erguer os braços e nem apontar na direcção onde reside o mal, a não ser que esse mal tenha criado raízes e vicissitudes à custa de um mal ainda maior, que é saber onde perdi a fé; se no interior de cada um dos meus sonhos, se na nascente de onde vieram as minhas lágrimas irrigando a terra seca, onde enterrei o meu corpo. Há momentos que me trazem outros, mas esses, eu renego porque me sinto como um meteorito a rasgar as entranhas da terra, que me mostra tantos outros caminhos e eu nada vejo. Fechou-me os olhos para sempre, esta cegueira migratória por não se saber digna do maior bem que reside abaixo dela - a liberdade de criar raízes e voar rumo ao céu onde me espera a minha alma.
Se ao dar um passo em frente, me encontrar bem no meio do círculo desenhado pelo meu ângulo de visão, esse será sempre à custa de novos traços, equiparados ao movimento que a minha alma dá, ao acordar no cimo da montanha. Mas se der um passo em falso, e cair no vácuo onde enterrei o meu corpo, isso será um sinal, de que o retrocesso é imediato e a dor que caminha ao meu lado, me levará à terra onde meu corpo descansará até a próxima colheita.
Se todas as sementes fossem lançadas na terra e deixadas ao acaso numa sementeira composta debaixo da terra molhada, fariam a grande travessia anexada à vida que se encontra como o restolho nas baixas marés. Quem sabe veria os meus pés criarem raízes, e subiria tão alto como a gigantesca floresta dos Himalaias e ficaria lá para a eternidade. Falaria com todos os ventos e todas as tempestades que meus olhos viram, quando me perdi nas diferenças entre ser o amor, ou ter o amor prostrado aos meus pés. Quem sabe, saberia distinguir como escalar uma montanha e plantar temporais, esperando que algum momento me trouxesse à vida. Avanço na medida exacta do meu pensamento, mas nada me fará erguer os braços e nem apontar na direcção onde reside o mal, a não ser que esse mal tenha criado raízes e vicissitudes à custa de um mal ainda maior, que é saber onde perdi a fé; se no interior de cada um dos meus sonhos, se na nascente de onde vieram as minhas lágrimas irrigando a terra seca, onde enterrei o meu corpo. Há momentos que me trazem outros, mas esses, eu renego porque me sinto como um meteorito a rasgar as entranhas da terra, que me mostra tantos outros caminhos e eu nada vejo. Fechou-me os olhos para sempre, esta cegueira migratória por não se saber digna do maior bem que reside abaixo dela - a liberdade de criar raízes e voar rumo ao céu onde me espera a minha alma.
Se ao dar um passo em frente, me encontrar bem no meio do círculo desenhado pelo meu ângulo de visão, esse será sempre à custa de novos traços, equiparados ao movimento que a minha alma dá, ao acordar no cimo da montanha. Mas se der um passo em falso, e cair no vácuo onde enterrei o meu corpo, isso será um sinal, de que o retrocesso é imediato e a dor que caminha ao meu lado, me levará à terra onde meu corpo descansará até a próxima colheita.
Dolores Marques
Muito lindo !
ResponderEliminar